ACONTECE NO MPHU

Assistência em hemodiálise no MPHU cresce 100%

30/01/19

Ainda é madrugada quando o aposentado, Cacildo Felipe, de 49 anos, sai de Conceição das Alagoas para fazer sessões de hemodiálise em Uberaba. A rotina é a mesma há pelo menos dois anos, quando descobriu que os rins estavam comprometidos devido à hipertensão. Há um mês, depois do fechamento de um hospital da cidade, ele passou a receber o tratamento no Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU). Três vezes por semana, Cacildo viaja 65 quilômetros para as sessões, enquanto aguarda na fila de espera por um transplante.

“Melhorei bastante depois que comecei a fazer hemodiálise, a minha vida é outra. Parece até que é milagre de Deus. Estou melhorando a cada dia, não tenho mais tanta canseira no corpo. Quando comecei era muito cansativo, eu queria ficar só prostrado em cima da cama. Hoje, eu ando para todos os lados. Do tratamento, eu não tenho nada para reclamar, de jeito nenhum. Os médicos são muito atenciosos e as enfermeiras também são excelentes pessoas”, afirma Cacildo. Ele está na fila de transplantes há seis meses.

O policial militar, Paulo Augusto de Oliveira, de 41 anos, tem diabetes tipo 1 desde criança. Ele faz sessões de hemodiálise há quase dois anos e também precisará de um órgão doador. “Estou terminando de fazer os exames para entrar na fila”, conta. Paulo faz o tratamento no MPHU há menos de dois meses. “O atendimento é excepcional. A equipe de enfermagem se desdobra para atender a gente da melhor maneira. As máquinas são novas, o ambiente é climatizado, limpo e organizado. Cada um aqui faz a sua função específica”, reconhece.

Hemodiálise no MPHU

Desde o final do ano passado, a assistência em hemodiálise no MPHU aumentou 100%, após o fechamento do Hospital São José em Uberaba. Atualmente, cerca de 70 pacientes dependem do tratamento no MPHU, sendo 47 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 23 por convênio, incluindo IPSM, RN Saúde e Unimed. As sessões acontecem três vezes por semana, em três turnos. O hospital atende pacientes de Uberaba e região, como Água Comprida, Conceição das Alagoas, Conquista e Sacramento.

O MPHU teve a hemodiálise credenciada ao SUS em 2017. O hospital é um dos três locais da cidade que oferecem o tratamento e conta com uma equipe multiprofissional de nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas. Além disso, é referência em atendimento ambulatorial dos casos renais crônicos em fase pré-dialítica. “Não existe fila de espera para hemodiálise no momento, embora, pela alta demanda de pacientes, o MPHU projeta a expansão da clínica de hemodiálise”, ressalta o coordenador do Serviço de Nefrologia, Diálise e Transplante Renal do MPHU, Fabiano Bichuette Custodio.

O tratamento

A hemodiálise é um procedimento em que a máquina limpa e filtra o sangue, ou seja, faz parte do trabalho que um rim doente não pode fazer. “É uma forma de Terapia Renal Substitutiva. Ela é indicada quando os rins entram em falência devido a diabetes, pressão alta e nefrites, geralmente com menos de 10 a 15% de funcionamento. O paciente passa a apresentar sintomas, como excesso de líquido acumulado, aumento de potássio e acidez no sangue, além de náuseas, vômitos, fraqueza e perda de apetite causados pela ureia alta não filtrada pelos rins”, explica o médico.

Segundo Bichuette, no Brasil, 90% dos pacientes que têm doença renal crônica de estágio final realizam o tratamento. “E como a doença renal crônica dá muito poucos sintomas, mais de 70% dos pacientes descobrem já em fase terminal, onde o único tratamento acaba sendo a hemodiálise ou a diálise peritoneal ou o transplante. Por isso, a importância da prevenção e dos exames de rotina”, destaca o médico.

Em alguns casos, o tratamento também é indicado para pacientes já transplantados. “Após o transplante, até o órgão atingir o funcionamento pleno, podem ser necessárias algumas sessões de hemodiálise. Geralmente, nos transplantes com rins provenientes de doares vivos, transplantes com tempo curto de isquemia e rins com alta compatibilidade a chance de precisar de hemodiálise no pós-operatório é menor”, conclui o médico.