Odontologia Hospitalar do MPHU apresenta setor para colaboradores e pacientes
A Praça Central do Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) recebeu, na semana passada, a equipe do Setor de Odontologia Hospitalar e acadêmicos de Odontologia da Universidade de Uberaba (Uniube) para um café da tarde especial com colaboradores e pacientes. Na ocasião, eles apresentaram um pouco do trabalho do setor e ressaltaram a importância da atuação odontológica no ambiente hospitalar por meio de exposição de banners e explicações.
“A ideia é demonstrar para a sociedade, em geral, a importância do cirurgião-dentista dentro do hospital. Afinal, quando o paciente interna, ele não deixa a boca fora do hospital, a boca vem junto. Da mesma forma que nós temos complicações durante uma internação em qualquer parte do corpo, a boca também pode ter alteração. Existem algumas doenças que são identificadas por meio de lesões que se manifestam na boca e outra questão também é que problemas bucais e infecções podem provocar agravos na saúde sistêmica também”, ressalta o cirurgião-dentista e responsável técnico pela Odontologia Hospitalar do MPHU, Dyego Brito Fernandes.
“Dentro do hospital, a Odontologia está presente no processo de transplante renal e no pré-natal também e temos o projeto de extensão dentro da UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e clínica médica, fazendo avaliação e higienização bucal dos pacientes internados. A odontologia do hospital está estruturada para receber pacientes oncológicos, mas ainda não temos esse público. Caso tenhamos, nós já estaremos preparados para realizar este suporte”, comenta Dyego.
Segundo o cirurgião-dentista, a higienização bucal está relacionada também diretamente com a prevenção da pneumonia, principalmente associada com a ventilação mecânica. “Se você faz uma higienização, tira os focos de infecção, naquele paciente que tem dificuldade da deglutição fisiológica por alguma alteração aquela carga bacteriana que vai direta para o pulmão já não vai acontecer, pois, com a limpeza, se evita o desenvolvimento das bactérias”, explica.
O grupo da aluna do 9º período de Odontologia, Carla Silva Carvalho, falou sobre o pré-natal odontológico. “Essa ainda não é uma informação tão divulgada. As gestantes precisam de um acompanhamento odontológico, porque, durante a gestação, acontecem muitas alterações hormonais e com a higienização bucal deficiente vão aumentando níveis de hormônio, bactéria, que caem na corrente sanguínea, chegam ao bebê e podem provocar até um parto prematuro. É muito importante divulgar essas informações e ensinar para a mãe, para o cuidador, a higienização bucal correta da criança para eles desenvolverem o hábito futuramente”, comenta a aluna.
A estudante do 6º período, Isabella Rodrigues, falou sobre o tratamento odontológico em pacientes especiais que necessitam de anestesia geral. “Eles necessitam de um cuidado especial, ou seja, antes de qualquer procedimento, seja cirúrgico ou hospitalar, os pacientes devem ter um atendimento. O que a gente busca mostrar é que o paciente especial não é diferente, apenas precisa de um cuidado maior. E também incentivamos a família que é de suma importância que ela comente e fale para a equipe médica, antes de qualquer procedimento, as dificuldades do paciente”, destaca.
Já o grupo do qual o aluno do 6º período Maurício Freitas faz parte explicou sobre a Odontologia em pacientes que fazem hemodiálise ou que aguardam por um transplante renal. “Devido ao acúmulo de bactéria que pode ter na cavidade bucal, ela pode agudizar o quadro, impedindo o paciente de poder fazer o transplante sem uma adequação do meio bucal, porque após o transplante ele vai tomar remédio imunossupressor, o que vai diminuir a imunidade. Se depois do transplante o paciente tiver algum problema de bactéria na boca, ele vai ter que tomar antibiótico, o que não é bom, podendo sobrecarregar o rim e causar rejeição”, afirmou.
A estudante Cleisa Caroline Maria Reis está no 1º período do curso e já teve a oportunidade de repassar o que aprendeu até aqui para quem visitou a apresentação do Setor de Odontologia Hospitalar do MPHU. “A gente está dando um enfoque principal na área odonto-hospitalar e eu acho que isso é muito importante. Estou no primeiro período e já tenho esse contato com os pacientes em uma área que a gente não dá tanta importância e valor. Quando a gente fica doente e procura um hospital, esquece realmente a nossa higienização bucal. A nossa cavidade oral é cheia de micro-organismos e o paciente, principalmente internado e entubado, pode broncoaspirar e esses chegarem ao pulmão, trazendo infecções e pneumonia”, concluiu.