ACONTECE NO MPHU

MPHU investe em estrutura para atender pacientes com insuficiência renal aguda

14/07/21

Número de pacientes atendidos cresce em mais de 70% em um ano

O Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) realizou, ao todo, 1536 sessões de hemodiálises em 329 pacientes que desenvolveram insuficiência renal aguda, no período de junho de 2020 a junho de 2021. Os dados caracterizam mais de 100 atendimentos mensais e um aumento de 40% nos procedimentos e de 70% de pacientes, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Devido ao aumento, o Hospital investiu em novos equipamentos e no desenvolvimento da equipe assistencial. Uma das principais causas para o crescimento são as complicações advindas da covid-19.

O novo equipamento, Prisma Flex, é uma máquina de hemodiálise contínua - de 24h a 72h. A máquina foi adquirida para a prestação de um atendimento cada vez mais assertivo e benéfico ao paciente.  "O equipamento serve pra dar suporte aos pacientes que precisam fazer hemodiálise e, muitas vezes, não suportariam um procedimento convencional. A máquina, além de diálise contínua, faz também a plasmaferese técnica, usada para tratamento de doenças autoimunes e rejeição por anticorpos nos transplantes renais, além da possibilidade de remoção das citocinas inflamatórias, envolvidas na lesão sistêmica pelo covid. Essa iniciativa beneficia muitos pacientes críticos, sejam eles covid positivo ou não", continua o coordenador.

Segundo dados epidemiológicos, cerca de 50% dos pacientes com covid-19 em estado grave, internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e em ventilação mecânica, desenvolvem insuficiência renal aguda. "A pandemia trouxe inúmeros desafios para a área da saúde, um deles foi o aumento de terapias renais substitutivas. Os pacientes com infecção grave por covid-19 (dependentes de ventilação mecânica e drogas vasoativas) apresentam não só comprometimento do pulmão, mas também uma lesão renal que prejudica temporariamente o funcionamento dos rins. Eles começam a reter toxinas e a acumular líquidos, sendo necessária, nesse caso, a hemodiálise. Só que diferentemente do paciente com doença renal crônica, aquele com insuficiência renal aguda tem uma chance de recuperação. Assim que a infecção pela covid acabar, ele pode recuperar o funcionamento do rim e não precisar de mais hemodiálise", conta o coordenador do Serviço de Nefrologia, Diálise e Transplante Renal do MPHU, Fabiano Bichuette.

Apesar dos dados destacados, o crescimento de procedimentos de diálise não pode ser justificado apenas pela pandemia. "A covid-19 é um fator de risco, mas os fatores clássicos, como hipertensão e diabetes, continuam, independentemente da pandemia. A doença renal crônica é assintomática, então o paciente, muitas vezes, só descobre em fases terminais, ou em alguma urgência. Por isso, é muito importante frisar que mesmo fora do contexto de uma pandemia, os exames preventivos (exame de urina e dosagem de creatina no sangue) são essenciais para a investigação desta doença". 

O Serviço de Nefrologia do Mário Palmério é composto pelos médicos nefrologistas Fabiano Bichuette, Mariana Salomão e Maria Paula Fontes e atua com equipe multiprofissional no atendimento ao paciente em todas as frentes, como: biópsias renais, diálise peritoneal, passagem de permcath, implante de cateter de longa permanência e transplante renal. "Nós temos a hemodiálise de crônicos, hoje com noventa pacientes, e o transplante renal, que está chegando à marca de noventa procedimentos desde o início do programa, em 2015. Então, é um serviço completo composto por todas as modalidades de atendimento dentro da nefrologia", finaliza o médico.