Novo Recorde: MPHU realiza sete transplantes renais somente no mês de junho

Larissa Rodrigues

O Serviço de Nefrologia, Diálise e Transplante Renal do Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) realizou, pela primeira vez, sete transplantes renais durante todo o mês de junho. Em quase sete anos de programa, já foram realizados, ao todo, 111 procedimentos. Apesar das dificuldades advindas da pandemia da Covid-19, os transplantes continuaram nos últimos dois anos, fechando 2021 com 19 cirurgias.

De acordo com o coordenador do serviço, nefrologista Fabiano Bichuette, o programa de transplante renal do MPHU tem taxas de sobrevida e rins funcionantes acima de 90%, o que evidencia a qualidade da assistência prestada. "O nosso objetivo é sempre realizar o maior número de transplantes possíveis. Nós temos como meta a realização de dois a três procedimentos por mês; e agora, com a diminuição de casos da Covid-19, e a possibilidade de marcação de cirurgias eletivas de forma mais intensa, nós vamos retomar a todo vapor nosso programa", destaca.

A equipe é composta pela enfermeira Camila Alves, pelos nefrologistas Fabiano Bichuette e Mariana Salomão; e urologistas Marcelo Bianco, Sérgio Anacleto, Alberto Porto e Laércio Mangucci. "Mesmo em ano de pandemia o nosso programa nunca deixou de realizar os procedimentos e a maioria deles foram muito bem-sucedidos. Tudo graças ao grande esforço da sociedade, em primeiro lugar por conta das doações que acontecem, afinal, um transplante só é possível de acontecer pela doação de uma família; ao Hospital, que nos dá todo o amparo e todo o apoio, temos uma equipe muito bem preparada e engajada com  todo o serviço e, por último, agradecemos ao nosso paciente, que tem total confiança em nossa equipe, em nosso trabalho", continua.

Doença renal crônica

A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada a 6ª principal causa de morte no planeta, sendo a que apresenta o maior crescimento com, pelo menos, 2,4 milhões de vítimas por ano. No Brasil, aproximadamente 12 milhões de pessoas tem alguma doença renal, índice que cresce 8% ao ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). "A Doença Renal Crônica ocorre de maneira lenta, progressiva e irreversível, em que os rins começam a perder as funções. 70% a 80% dos pacientes descobrem a doença já em fases avançadas, quando a única alternativa são as terapias de substituição renal. Ela afeta cerca de 10% da população, sendo mais presente, especialmente, nos diabéticos, hipertensos e pacientes mais idosos", pontua o nefrologista Bichuette.

O diagnóstico é simples, por meio de dois exames: dosagem no sangue da creatinina e exame de urina. O tratamento varia em cada paciente, de acordo com a causa da doença e a gravidade. A indicação médica pode ser mudança na dieta, uso de medicamentos específicos, diálise ou até mesmo o transplante renal. 

Atendimento de Nefrologia no MPHU

O Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) oferece tratamento ambulatorial desde as fases iniciais até a fase pré-diálise, passando pela hemodiálise, diálise peritoneal e, por fim, pelo transplante renal. Os atendimentos são feitos via Sistema Único de Saúde (SUS) e se estendem a pacientes de Uberaba e toda região.

"Nos últimos anos nos tornamos referência em transplante renal no Triângulo Mineiro. Atualmente, nós temos no Brasil mais de 26.000 pacientes na fila de espera por um rim. Para darmos vazão a essa lista, o país precisaria aumentar em quase três vezes o número de transplantes renais. Agora, com o retorno dos transplantes intervivos, esperamos impulsionar ainda mais nossos números e consolidar o MPHU como um grande centro de transplante renal", conclui o urologista, Sérgio Anacleto.